Parábola - por Andressa Pacheco (amiga blogueira de muitos anos...)
Por onde andará a boba da corte? Encontra-se cabisbaixa, com os seus sapatos rasos e rasgados. Sacrilégios unificantes. Ainda tem os olhos úmidos e a voz trêmula.
Por onde andará a boneca de pano? Pesar, simples pesar. A cólera chega e distorce. Coragem ou inconseqüência? Solta um grito, mas não espera pelo eco.Sai sem olhar para trás.
Bailarina errante, pássaro sem rumo. A menina pode te surpreender, cada vez que os seus olhos ficam em chamas.
Pouco importa. A noite chega com o seu véu envolvente e ela se perde em uma nostalgia profunda. Lembranças estonteantes são suficientes para acalmar o seu coração sentimental.
O rancor corrói e tira o brilho, mas ela ainda não sabe brincar sem se machucar. Na verdade, ela está aprendendo a andar.
“A diferença entre grandiosidade e mediocridade está, freqüentemente, em como um indivíduo enxerga um erro” Nelson Boswell
terça-feira, 25 de agosto de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Grito Interno
A quebra do silêncio que só você escuta.
A quebra do silêncio que só, você escuta.
"Mas se eu gritasse uma só vez que fosse,
talvez nunca mais pudesse parar.
Se eu gritasse ninguém poderia fazer mais nada por mim;
enquanto, se eu nunca revelar a minha carência,
ninguém se assustará comigo e me ajudarão sem saber;
mas só enquanto eu não assustar ninguém por ter saído dos regulamentos.
Mas se souberem, assustam-se, nós que guardamos o grito em segredo inviolável.
Se eu der o grito de alarme de estar viva,
em mudez e dureza me arrastarão pois arrastam
os que saem para fora do mundo possível,
o ser excepcional é arrastado, o ser gritante.
"A Paixão Segundo G.H. - Clarice Lispector.
"Meu grito foi tão abafado que só pelo silêncio contrastante percebi que não havia gritado.
O grito ficara me batendo dentro do peito”.
A Paixão Segundo G.H. - Clarice Lispector.
"Se tenho que ser um objeto, que seja um objeto que grita”.
Água Viva - Clarice Lispector.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Traduzir-se
Uma parte de mim é todo mundo
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim é multidão
outra parte estranheza e solidão.
Uma parte de mim pesa,
pondera outra parte delira.
Uma parte de mim almoça e janta
outra parte se espanta.
Uma parte de mim é permanente
outra parte se sabe de repente.
Uma parte de mim é só vertigem
outra parte, linguagem.
Traduzir uma parte na outra parte -
que é uma questãode vida ou morte -
será arte?
Ferreira Gullar
Uma parte de mim é todo mundo
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim é multidão
outra parte estranheza e solidão.
Uma parte de mim pesa,
pondera outra parte delira.
Uma parte de mim almoça e janta
outra parte se espanta.
Uma parte de mim é permanente
outra parte se sabe de repente.
Uma parte de mim é só vertigem
outra parte, linguagem.
Traduzir uma parte na outra parte -
que é uma questãode vida ou morte -
será arte?
Ferreira Gullar
Não sei manter amizades
Fazer amizades até que eu consigo.
Entro em contato, marco encontros, converso, etc.
Minha grande dificuldade é manter a relação estável,
sem sofrer eventuais abalos...
(* uma comunidade no orkut.)
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
As músicas são como as pessoas
Algumas com ritmo interessante,
encantam pelo tom, mas são vazias,
repetitivas e enjoativas.
outras possuem conteúdo, sentimentos,
valores,mas são bregas.
Algumas outras até parecem que foram feitas para nós,
mas só parecem.
É questão de conhecer...
sem esquecer que, "barulho" não é musica."
[Dona Geo]
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
...answers
Alguns velhos amigos não tem mais nada em comum comigo. Mas por incrível que pareça, não deixaram de ser meus amigos...afinal, não tenho pré requisito pra amizade. E se eu pudesse voltar no tempo nem perderia meu precioso tempo conversando com certas pessoas, ouvindo besteiras, mas disfarçando pra não ficar chato, para não ser chata... imagina!... eu não deveria ter me preocupado com isso,como hoje não me preocupo. O que eu temia? Que uma amizade que poderia estar começando tivesse morte pré-matura?... que tolice a minha, se mesmo assim ela teve, se mesmo assim muitas tiveram, e se mesmo assim, muitas nem começaram!...
Regime - Pedro Lyra
O povo
não tem
o que comer - está nos jornais
O povo
não tem
onde morar - está nas estatísticas
E o governo proclama (está nos discursos) que a finalidade
não tem
o que comer - está nos jornais
O povo
não tem
onde morar - está nas estatísticas
E o governo proclama (está nos discursos) que a finalidade
de qualquer ação governamental é a promoção do bem estar comum
Já que os governantes
sancionam o bem comum
mas não proporcionam aos governados
nem um pedaço de pão, nem um pedaço de chão,
deduzimos
que o povo
sancionam o bem comum
mas não proporcionam aos governados
nem um pedaço de pão, nem um pedaço de chão,
deduzimos
que o povo
não precisa comer
não precisa comer
para estar em bem comumnão precisa comer
Ou
Afinal
grosseiras e baixas necessidades materiais
O regime é espiritualista: só reconhece
nobres satisfações espirituais
como
que viver ao léu e morrer na miséria
é a forma capitalista do bem comum
é a forma capitalista do bem comum
Afinal
abrir a boca - e comer
rasgar a terra - e morar
são rasgar a terra - e morar
grosseiras e baixas necessidades materiais
O regime é espiritualista: só reconhece
nobres satisfações espirituais
como
bufar
ao ar livre
E FALANDO NISSO ESTOU EM UMA CAMPANHA:
"SEJA MEU FIADOR"...
"SEJA MEU FIADOR"...
terça-feira, 4 de agosto de 2009
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