Cuidado com o arame farpado...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Ditados virtuais...(?)


A pressa é inimiga da conexão.
Amigos, amigos, senhas à parte.
Antes só que em chats aborrecidos.
A arquivo dado não se olha o formato.
Diga-me que chat freqüentas e te direi quem és.
Para bom provedor uma senha basta.
Não adianta chorar sobre arquivo deletado.
Em briga de namorados virtuais não se mete o mouse.
Em terra off-line, quem tem um 486 é rei.
Hacker que ladra, não morde.
Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.
Mouse sujo se limpa em casa.
Melhor prevenir do que formatar.
O barato sai caro. E lento.
Quando a esmola é demais, o santo desconfia que tem vírus anexado.
Quando um não quer, dois não teclam.
Quem ama um 486, Pentium 5 lhe parece.
Quem clica seus males multiplica.
Quem com vírus infecta, com vírus será infectado.
Quem envia o que quer, recebe o que não quer.
Quem não tem banda larga, caça com modem.
Quem nunca errou, que aperte a primeira tecla.
Quem semeia e-mails, colhe spams.
Quem tem dedo vai a Roma.com
Um é pouco, dois é bom, três é chat ou lista virtual.
Vão-se os arquivos, ficam-se os back-ups...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Piracicamano?!?!?!...=D

Sobre MultiLadoS

MultiLadoS é um projeto que reúne amigos para gravar as músicas de Daniel Sundfeld (Danzão) misturando audiovisual com personagens e estilos musicais. O bando surgiu em 2002 em Pirassununga (SP) com a proposta de se divertir fazendo som próprio. No ano seguinte gravam o 1º EP (MultiLadoS?) com 4 músicas que misturam influências como a estética do plágio de Tom Zé e o "faça você mesmo" do punk rock. É desse primeiro registro a canção "Tango entre vizinhos" que foi selecionada para o quadro Sonora da MTV. Em 2006 lançam o EP "Marchando A Gente Pira" com 4 músicas que misturam marchinhas com rock e ska. O objetivo era nobre: animar um bloco de carnaval de Pirassununga (terra da cachaça, da piracema, da esquadrilha da fumaça e de um regimento do exército). O clipe da música "Iraque Brasileiro", feito em um domingo, vira hit na internet e recebe prêmio no festival nacional de vídeo de São Carlos. A música "Piracicamano na moda" é uma homenagem de Danzão para a cidade que o acolhe desde 2000. Piracicaba é referência quando o assunto é viola e moda caipira. A novidade é fazer uma crônica dessa nova geração de Piracicabanos, ou melhor, de Piracicamanos.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Bons Amigos - Machado de Assis


Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.

Amigo a gente sente.
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.

Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.

Porque amigo sofre e chora.

Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a
realidade.
Porque amigo é a direção.

Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.

Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.

Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,

Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Tenho saudade de mim mesmo,
saudade sob aparencia de remorso,
de tanto que nao fui,a sós,a esmo,
e de minha alta ausencia em me redor.
Tenho horror, tenho pena de mim mesmo
e tenho muitos outros sentimentos violentos;
mas se esquivam no inventário;
e meu amor é triste como é vário,
e sendo vário é um só. Tenho
carinho por toda perda minha na corrente,
que de mortos a vivos me carreia
e a mortos restitui o que era deles;
mas em mim se aguardava. A estrela
d`alva penetra longamente seu espinho.
(e cinco espinhos são) em minha mão.

Carlos Drummond de Andrade





Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia




Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo)

A todos - Martha Medeiros

A todos trato muito bem
sou cordial, educada, quase sensata
mas nada me dá mais prazer
do que ser persona non grata
expulsa do paraíso uma mulher sem juízo,
que não se comove com nada
cruel e refinada que não merece ir pro céu,
uma vilã de novela mas bela,
e até mesmo culta estranha,
com tantos amigos e amada,
bem vestida e respeitada
aqui entre nós
melhor que ser boazinha
é não poder ser imitada

Manuscrevendo

Está registrado, neste pergaminho moderno, o único, raro e mais profundo manuscrito, que é ultra-dedicado `a você – que pela conjunção dos deuses foi formado, e como o mais bravo dos guerreiros apossou-se da mais poderosa arma do cupido, estacando em meu peio a eterna flecha do amor.
E tudo aconteceu rápido demais
Você saiu da minha mente , onde só existia o irreal.Tomou forma e corpo, e veio para o real.Sua imagem atemporal, entretanto, ainda se encontra tatuada em minha mente.
Foi então alguma espécie de visão telepática super aguçada?
Não sei.Só sei que sofri uma transmutação metamórfica; mesmo assim não deixo de ser eu, porque na verdade eu sou eu e você ao mesmo tempo.Você ainda faz parte de mim.Mas às vezes é duro sermos nós, com tanta gente a nos invadir.
Uma parte mórbida da natureza humana vive ávida de outros sendo assim, “os outros”.E quantos de mim andam aí feito cobaias?
São pessoas civilizadas que fazem parte de uma sociedade suicida; que adoram beber ácido, comer lava vulcânica e respirar gás carbônico como filosofia de vida.
O que há de vivo e civilizado nisso?É duro sermos autênticos e únicos quando há tanta influencia negativa amoldando-nos .
É como um gladiador.Ou sobrevivemos ou morremos, a este tipo de idéia que eles (os civilizados)implantam em nossas mentes: é preciso ser racional, andar na trilha das formigas, transformar a cabeça em queijo suíço .
São poucos os que sobrevivem a essa manifestação . São poucos os que criam um senso incomum e uma integridade personalizada como forma de viver.E essa é a única maneira de sobrevivermos plenos: recriando a nós mesmos.Os mais discriminados são os que mais possuem poder interior, que às vezes “eles” tentam destruir.
E são esses poderes interiores que bombeiam o sangue ao coração do valente, na hora do confronto.Não é fácil expressar num pergaminho moderno o que significa tudo isso.É difícil manuscrever palavras que expressem o que nem a ciência é capaz de entender.E é muito difícil manuscreve-las para dedicá-las a quem me faz rir em tempo de choro, a quem me faz criar e me ajuda a recusar mingau de vulcão.
E se um dia, anjo loiro, esse manuscrito chegar até você , saiba que essa é a prova de que te encontrei, e de que te amei.Mas acima de tudo, é a prova mais concreta de que tudo o que você é pra mim eu serei um dia para alguém .E essa pessoa saberá que existo.
Mesmo se for você...

(Cristiane Rosolem de Souza)

Fora de si


Eu fico louco
Eu fico fora de si
Eu fica assim
Eu fica fora de mim
Eu fico um pouco
Depois eu saio daqui
Eu vai embora
Eu fico fora de si
Eu fico oco
Eu fica bem assim
Eu fico sem ninguém em mim.

(Arnaldo Antunes)